segunda-feira, 15 de junho de 2015

Romance Contemporâneo

Romance Contemporâneo
Características
·         Tom mais coloquial
·         Aproximação entre o escritor e o leitor
·         Liberdade formal
·         Força de expressão
·         Vocabulário simplificado
·         Presença da cena urbana
·         O romance se volta para a social
·         Humor
·         Retrata o cotidiano
·         Parecença fiel da realidade
·         Olhos e ouvidos da sociedade reprimida

Principais representantes desse período 
·        Antônio Callado
Antônio Callado, apesar de formado em Direito (1939), nunca exerceu atividade na área jurídica. Militou na imprensa diária no período entre 1937 a 1941, nos jornais cariocas O Globo e Correio da Manhã.1 Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, transfere-se para Londres onde trabalhou para aBBC até 1947. Depois da libertação de Paris, trabalhou no serviço brasileiro da Radiodiffusion française.
Na Europa descobre "sua tremenda fome de Brasil". Lê incansavelmente literatura brasileira e alimenta o desejo de, ao voltar, conhecer o interior do país. Na volta, satisfaz esse desejo ao fazer grandes reportagens pelo Nordeste, pelo Xingu, sobre Francisco Julião, Miguel Arraes e outras.
Atuou como redator-chefe do Correio da Manhã de 1954 a 1960, quando foi contratado pela Enciclopédia Britânica para chefiar a equipe que elaborou a primeira edição da Enciclopédia Barsa, publicada em 1963.1 Redator do Jornal do Brasil, cobriu, em 1968, a Guerra do Vietnã. Em 1974, dá aulas nas universidades de Cambridge, na Grã-Bretanha, e Columbia, nos Estados Unidos. Em 1975, quando trabalhava no Jornal do Brasil, deixa a rotina das redações para dedicar-se profissionalmente à literatura.
Callado estreou na literatura em 1951, mas sua produção na década de 1950 consiste basicamente em peças teatrais, todas encenadas com enorme sucesso de crítica e público. Mas a mais bem sucedida foi Pedro Mico, dirigida por Paulo Francis, com o arquiteto Oscar Niemeyer em inusitada incursão pela cenografia, e Milton Moraes criando o papel-título. Foi transformada em filme estrelado por Pelé.
A produção de romances toma impulso nas décadas de 1960 e 1970, período em que surgem seus trabalhos mais importantes. Alinhado entre os intelectuais que se opunham ao regime militar, tendo por isso sido preso duas vezes, Calado revela em seus romances seu compromisso político, principalmente naquele que muitos consideram o romance mais engajado daquelas décadas, Quarup.
Callado escrevia à mão e mantinha uma rotina de trabalho, com horário rígido para todas as atividades, que incluíam duas caminhadas por dia. Mandou fazer uma mesinha portátil que o acompanhava pela casa toda, permitindo-lhe escrever em qualquer lugar. Não discutia, nem comentava seu trabalho com ninguém, até que estivesse finalizado.
Recebeu várias condecorações e prêmios, no Brasil e no exterior. Morreu dois dias depois de completar 80 anos. De seu casamento em 1943 com Jean Maxine Watson,inglesa, funcionária da BBC, teve três filhos, entre eles a atriz Tessy Callado. Em 1976, casou-se com Ana Arruda.

·        Rubem Fonseca
Rubem Fonseca nasceu em Juiz de ForaMinas Gerais, em 1925. É filho de portugueses transmontanos, emigrados para o Brasil. Reside desde a infância no Rio de Janeiro.1
Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na 
Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira na polícia, como comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de trabalho estão imortalizados em seus livros. Aluno brilhante da Escola de Polícia, não demonstrava, então, pendores literários. Ficou pouco tempo nas ruas. Foi, na maior parte do tempo em que trabalhou, até ser exonerado em 6 de fevereiro de 1958, um policial de gabinete. Cuidava do serviço de relações públicas da polícia.
Na Escola de Polícia destacou-se em Psicologia. Em julho de 1954 recebeu uma licença para estudar e depois dar aulas desta disciplina na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Contemporâneos de Rubem Fonseca dizem que, naquela época, os policiais eram mais juízes de paz, apartadores de briga, do que autoridades. Rubem Fonseca via, debaixo das definições legais, as tragédias humanas e conseguia resolvê-las. Nesse aspecto, afirmam[quem?], ele era admirável. Escolhido, com mais nove policiais cariocas, para se aperfeiçoar nos Estados Unidos, entre setembro de 1953 e março de 1954, aproveitou a oportunidade para estudar administração de empresas na New York University. Após sair da polícia, Rubem Fonseca trabalhou na Light até se dedicar integralmente à literatura.
Reconhecidamente uma pessoa que, como Dalton Trevisan, adora o anonimato, é descrito por amigos como pessoa simples, afável e de ótimo humor.
As obras de Rubem Fonseca geralmente retratam, em estilo seco e direto, a luxúria e a violência urbana, em um mundo onde marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e delegados se misturam. A história através da ficção é também uma marca de Rubem Fonseca, como nos romances Agosto (seu livro mais famoso) em que retratou as conspirações que resultaram no suicídio de Getúlio Vargas, e em O Selvagem da Ópera em que retrata a vida de Carlos Gomes, ou ainda A Cavalaria Vermelha, livro de Isaac Babel retratado em Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos.
Criou, para protagonizar alguns de seus contos e romances, um personagem antológico: o advogado Mandrake, mulherengo, cínico e imoral, além de profundo conhecedor do submundo carioca. Mandrake foi transformado em série para a rede de televisão HBO, com roteiros de José Henrique Fonseca, filho de Rubem, e o ator Marcos Palmeira no papel-título.
É viúvo de Théa Maud e tem três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o cineasta José Henrique Fonseca

Romances

·         O Caso Morel (1973)
·         A grande arte (1983)
·         Bufo & Spallanzani (1986)
·         Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos (1988)
·         Agosto (1990)
·         O Selvagem da Ópera (1994)
·         E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto (1997)
·         O Doente Molière (2000)
·         Diário de um Fescenino (2003)
·         Mandrake, a Bíblia e a Bengala (2005)
·         O Seminarista (2009)
·         José (2011)

·        Autran Dourado
Em suas obras, focaliza a vida no interior de Minas Gerais e utiliza amplamente expressões locais, mas explora não temáticas regionalistas, e sim os aspectos psicológicos da vida humana: a morte, a solidão, a incompreensão do outro, a loucura, o crime. Esses traços demonstram tanto a origem mineira do autor quanto a influência de James Joyce,Stendhal e Goethe. Além disso, frequentemente revela-se também influenciado pelo Barroco mineiro e espanhol, usando uma linguagem obsessivamente trabalhada e trazendo personagens que são arrastados por forças superiores rumo à destruição. O pensamento de filósofos como Platão, Aristóteles, Nietzsche e Schopenhauer também se manifesta nas obras de Autran Dourado. 3
Em entrevista, o autor certa vez declarou:
Meus personagens se parecem muito comigo. Eu os conheço muito bem e sofro a angústia que eles sofrem. Não tenho nenhum prazer em escrever. Depois de pronta a obra, aí me dá uma certa satisfação, mas a mesma que dá quando se descarrega dos ombros um fardo pesado. [...] (Escrever é) também uma fatalidade. Você é destinado à literatura, e não a literatura a você. 5
O autor aponta Godofredo Rangel, que conheceu quando tinha apenas 17 anos, como uma influência decisiva em sua carreira. Esse escritor, após ler seu primeiro livro (de contos), aconselhou-o a não publicá-lo e estudar um pouco mais os grandes mestres. Assim, Autran Dourado estréia somente quatro anos depois, com uma nova obra: A teia.2 3
Outras características notáveis do texto de Dourado são o emprego da metalinguagem, da sutil repetição das idéias e dos eventos importantes, da alternância de pessoa no discurso do narrador, da busca pela palavra exata (le mot juste, como apregoava Gustave Flaubert), do emprego de estruturas e conceitos herdados da Grécia clássica(Homero, Hesíodo, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes), da alternância de tempos verbais num mesmo parágrafo, da preocupação com detalhes estruturais como, por exemplo, o tamanho dos capítulos, e do uso de técnicas literárias como o monólogo interior, o fluxo de consciência e a narrativa em blocos. Também empregava costumeiramente técnicas gerais da literatura modernista, como os flashbacks e os flashforwards. 3
Segundo Autran Dourado, em Breve manual de estilo e romance, o escritor deve trabalhar como um artesão, buscar a simplicidade de forma que a leitura seja fácil e fluida, sem preocupar-se com a crítica ou com a vendagem de seus livros, além de ler, pelo menos uma vez ao ano, algum dos clássicos de Machado de Assis; antes de escrever alguma coisa, a leitura de um poema:
Ser simples é mais difícil das tarefas [...] Não pense em venda, vender livros é função de editores e livreiros, não sua [...] Todos os dias, antes de começar a escrever, lia um poema de qualquer grande poeta da minha língua. Em geral Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Murilo Mendes e João Cabral de Melo Neto que são os meus poetas preferidos.
Em O meu mestre imaginário e em Um artista aprendiz, destacam-se os ensinamentos de Flaubert: a flexibilidade da regra gramatical, a importância de estruturar-se o romance antes de começá-lo, e a necessidade de presença do autor, invisível como Deus, na sua obra.

Romances

·         Teia (1947)
·         Sombra e Exílio (1950) - Prêmio Mário Sette
·         Tempo de Amar (1952) - Prêmio Cidade de Belo Horizonte
·         A Barca dos Homens (1961) - Prêmio Fernando Chinaglia
·         Uma Vida em Segredo (1964)
·         Ópera dos Mortos (1967) - listado na Coleção de Obras Representativas da UNESCO
·         O Risco do Bordado (1970) - Prêmio Pen-Club do Brasil
·         Os Sinos da Agonia (1974) - Prêmio Paula Britto
·         Novelário de Donga Novaes (1976)
·         A Serviço del-Rei (1984)
·         Lucas Procópio (1985)
·         Um Cavalheiro de Antigamente (1992)
·         Ópera dos Fantoches (1994)
·         Confissões de Narciso (1997)
·         Monte da Alegria (2003)

·        Ignácio de Loyola Brandão
Ignácio de Loyola Lopes Brandão (Araraquara, 31 de julho de 1936) é um contista, romancista e jornalista brasileiro1 .
Filho de um ferroviário, seu primeiro trabalho informal de jornalismo foi em uma crítica de cinema no jornal A Folha Ferroviária, em 19521 mas, desde pequeno, Loyola sonhava conquistar o mundo com sua literatura; se não, pelo menos voltar vitorioso para sua cidade natal. Sua carreira começou em 1966 com o lançamento de Depois do Solo, livro de contos no qual o autor já se mostrava um observador curioso da vida na cidade grande, bem como de seus personagens. Trabalhou como editor da Revista Planetaentre 1972 e 19762 .
Dono de um "realismo feroz", segundo Antonio Candido, seu romance Zero foi publicado inicialmente em tradução italiana. Quando saiu no Brasil, em 1975, foi proibido pela censura, que só o liberou em 1979.1 .
Em 2005, virou cronista do jornal "O Estado de São Paulo"1 e em 2008, o romance O Menino que Vendia Palavras, publicado pela editora Objetiva, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano.3 1

Romances

·         Bebel que a Cidade Comeu (1968)
·         Zero (1975)
·         Dentes ao Sol (1976)
·         Não Verás País Nenhum (1981)
·         O Beijo Não Vem da Boca (1985)
·         O Ganhador (1987)
·         O Anjo do Adeus (1995)

·         A Altura e a Largura do Nada (2006)
Autran Dourado
Rubem Fonseca

Poesia de cara nova - Poema Processo

poema-processo faz parte de um movimento artístico que inovou a forma de pensar os poemas visuais, de acordo com um posicionamento poético mais aberto às possibilidades criativas associadas ao exercício gráfico de criar composições abstratas, muitas vezes sem nenhuma palavra, inclusive valendo-se da relação poema-objeto.
O movimento considerava que poesia era uma palavra oficial e falsa. Seria mais oportuno tratar do poema e do seu universo ontológico. Por isso passou a defender o fim do sentido no poema, ao mesmo tempo que, de outra forma, buscava compartilhar o protagonismo da criação com os próprios usuários no momento da experimentação dos poemas-processo.
Criação do poeta Álvaro de Sá publicado em 1973.
De acordo com o artigo “A Poesia Concreta de Wlademir Dias Pino: Escritura e Informação”, da pesquisadora Priscilla Martins (2010), “o movimento liderado pelos poetas, Neide SáMoacy Cirne e Wlademir Dias-Pino, pretendia ser inovador ao propor um desmonte nas formas estabelecidas de criação de um poema”. “Aderiram ao grupo poetas de todo o país e publicou-se de maneira mais expressiva nos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte”, resumiu Priscilla Martins.
Poema Poemãos de Neide Dias de Sá, 1973.
O movimento tinha uma postura típica dos vanguardistas em passeatas “happenings”, já que carregavam faixas contrárias à ditadura e atacavam poetas consagrados, como por exemplo, Carlos Drummond de Andrade. O motivo era ganhar espaço na imprensa para difundir o movimento. Como não havia critério na escolha dos poemas que representavam esse movimento, a produção rendeu aspectos positivos como a democratização da arte, e aspectos negativos, como a difusão indiscriminada de obras artísticas, fato que descaracterizou os objetivos do poema-processo como um movimento organizado.
De outra maneira, havia uma definição sucinta para o termo poema-processo: o processo do poema e não a estrutura (1967). Veja o comentário do poeta Moacy Cirne publicado em seu livro “Poemas Inaugurais” sobre a relevância do termo:
Objeto poema de Neide Sá, 1969.
“Mas o poema/processo, desde o início, abriu espaço para as vertentes semânticas. Daí o conceito de projeto. A própria matriz passava a ser um projeto, capaz de gerar novos poemas, sejam eles em séries gráficas, sejam eles os projetos semântico-verbais. Que poderiam se transformar em poemas/projetos cinéticos, ambientais, tipográficos, comestíveis, sonoros. E assim por diante. E aqui estamos diante de uma diferença radical em relação à poesia concreta, por exemplo: toda poesia concreta é acabada, “fechada”, monolítica; já o poema/processo, para ser de fato umpoema/processo, implica trans/formações.”
O poeta e pesquisador Philadelpho Meneses (1998) definiu que o poema-processo é a poesia semiótica sem chave léxica que cumpre um movimento sequencial, de algo que se desenvolve linearmente, passo a passo, em uma narrativa com começo, meio e fim. Nesse sentido, a chave léxica é também uma “animação semântica” fundamentalmente importante porque incorporou a “arte pop”, a história em quadrinhos e a cultura de massa definitivamente nos domínios do poema visual e vice-versa.
Wladimir Dias Pino, Jornal O Sol, 1967.
Segundo a visão do pesquisador Rogério Câmara, coordenador do site “poemaprocesso.com“, “os diversos níveis de operações e interferências re-funcionalizam o dado objeto que, no momento em que é manipulado, passa a ser outro e distancia-se do seu credor criativo: o poeta, e isso se torna processo”. “Isso abraça uma proposta de universalidade de códigos, onde as operações sígnicas obtidas destroem o antes como afazer criativo e criam no presente “multiplicador” a possibilidade de novos gráficos de significações originais para além do código lingüístico”, concluiu Rogério Câmara,
A obra do artista Wladimir Dias-Pino é uma das referências desse movimento, uma vez que não houve postulados precisos. Ele inaugurou a codificação do espaço dos “poemas espacionais” usando o alfabeto como pretexto de criação de outros códigos visuais, relembrando o caráter imagético da origem da escrita. Isso fez Dias-Pino abandonar a geometria dos poemas visuais concretos para descobrir diferentes criações visuais.
Além de poeta, Wladimir Dias-Pino, o grande expoente do movimento, atuou como artista plástico, tipógrafo e designer, investindo seu trabalho no pensamento visual e gráfico e na influência da ação do leitor sobre o poema. Ele é uma referência de poeta visual brasileiro que antecipou muitos conceitos artísticos, por exemplo, a idéia de processo superando o objeto artístico. Segundo Priscilla Martins (2010), “Wladimir Dias-Pino é um dos pioneiros da poesia visual brasileira, tendo sua obra geralmente situada entre o concretismo do grupo paulista Noigandres (Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari) e o neoconcretismo do carioca Ferreira Gullar”.
Representações esquemáticas da última série do livro-poema Sólida, 1962.
Dias-Pino lançou mão das possibilidades físicas do livro para questionar o próprio livro e a linguagem que se modificava devido aos avanços tecnológicos. Concebeu o poema como uma máquina que deve ser acionada pelo leitor, abandonando a necessidade de sentido para o poema. Também fez a ontogenia do poema, projetando suas obras no futuro das transformações do processo criativo.
Priscilla Martins diz que, em todos estes campos, ele investe no pensamento visual e gráfico no que diz respeito à leitura num universo de imagens e à pessoalidade da ação do leitor sobre o poema. “Partindo do uso verbal-tipográfico, característico da poesia concreta, e chegando ao gráfico-estatístico segundo uma lógica probabilística, abre mão da palavra ao substituí-la por outros códigos visuais, caracterizando-se como o mais cibernético dos poetas concretos”, complementou Priscilla Martins.
Série Sólida de Wlademir Dias Pino, 1955.
Ele publicou seus primeiros livros artesanais em Cuiabá, nos anos 1940 e 1950. Entre os livros, destaque para “Os Corcundas”, que mostra padrões incomuns à poesia brasileira. O tema dominante é a deformação física, mas também invade a própria linguagem, entorta a sintaxe das frases, põe vocábulos anti-poéticos nos versos, deforma as palavras. Priscilla Martins acredita que “os livros-poemas constituem a principal contribuição do poeta para a visualidade da poesia brasileira e dão origem à diferenciação teórica entre o concretismo e o neoconcretismo em torno da objetividade da poesia”. Durante a fase considerada concreta, suas principais obras são os livros-poemas “A Ave” e “Solida”, expostos em 1956, na primeira Exposição Nacional de Arte Concreta.
Poema Ave de Wlademir Dias Pino.
Dias-Pino travou uma luta contra a palavra substituído-a por signos gráficos (figuras geométricas, perfurações no papel). Algumas vezes, por um simples espaço em branco. Ele também era contra os símbolos que identificam a burguesia e o desenvolvimento do capitalismo, de modo que foi um incentivador das passeatas contra a ordem nacional e contra a cultura de massa que se estabelecia. De acordo com as palavras de Dias Pino (1956), “hoje, os grandes conteúdos cinematográficos, os enredos das tragédias – sujeiras psicológicas – e até mesmo casos de amor, puramente individuais, tem sido armas para a burguesia confundir o espírito das massa”